Gisele G. A. Heleno - 15/10/2013
Viver hoje nas cidades com qualidade de vida é uma questão muito mais complexa do que era, envolve vários fatores de ordem social, política, cultural, econômica e ambiental. As áreas urbanas sempre foram mais atrativas para muitos do que as áreas rurais, provocando deslocamentos populacionais. As pessoas não somente do interior, mas de outros estados do Brasil e até de outros países, eram atraídas pelas “supostas facilidades” de morar em uma grande metrópole, como São Paulo, por exemplo. Atualmente, as cidades são sinônimos de vários problemas de ordem ambiental urbano, sendo assim, o objetivo deste artigo é pesquisar propostas de urbanização sustentável, com foco na nova concepção de construção de prédios sustentáveis para a cidade mais cultural do Brasil. O município, fundado em 1554, teve um crescimento lento e desordenado; não houve, na época, uma conscientização ambiental ou preocupações maiores “como preservar o meio ambiente?”, “como crescer sem causar tantos impactos ambientais” ou ainda, “como colaborar de forma ativa para esse crescimento, respeitando-se o entorno e o planeta?”. Em 1872, haviam apenas 31 mil habitantes, e após quase três décadas, já eram 240 mil habitantes. Em 1960, a população atingia o número de 3,3 milhões. Esse enorme contingente foi resultado da vinda de imigrantes, oriundos de todas as partes do mundo, a partir de 1870, que chegavam à São Paulo para trabalhar nas lavouras e do processo migratório de regiões do Brasil, estimulado pelos governantes da época, o qual intensificou-se em 1923, além dos nativos desta região. E, assim, São Paulo tornou-se, ao longo dos seus 459 anos, a metrópole que é hoje, possuindo mais de 11,8 milhões de habitantes e uma área de 1.521.101.Km², segundo informações do IBGE. Atualmente convive-se com as mais diversas etnias e nacionalidades: italiana, portuguesa, japonesa, espanhola, libanesa, árabe entre outras, e com pessoas de cada pedacinho do Brasil, principalmente nordestinos. Todos contribuíram para o desenvolvimento e para diversidade cultural que a cidade apresenta, com suas tradições, religiões e costumes. Em contrapartida, surgiram diversos problemas sociais e ambientais, advindos do crescimento populacional e da ocupação do território sem o planejamento urbano adequado. Entre eles: trânsito caótico, moradias irregulares, superlotação dos meios de transporte coletivos, violência, educação e saúde com índices insatisfatórios, poluição atmosférica e hídrica, coleta de lixo domiciliar insuficiente e reciclagem de apenas 1% das 15 mil toneladas recolhidas, entre outros tantos. Problemas que prejudicam muito não só o meio ambiente e o planeta, mas também a qualidade de vida de cada indivíduo. Em um comentário feito pela senadora Lúcia Vânia (PSDB/GO), em abril de 2012, noticiado por Izabela Fernandes, percebe-se o quanto é relevante que se elaborem medidas para uma urbanização sustentável, visando o bem estar da população e consequentemente do meio ambiente: “somente um dado é suficiente para que sintamos o drama da ocupação urbana: as cidades ocupam, atualmente, apenas 2% da superfície terrestre, mas consomem 75% dos recursos produzidos”. Mas o que é urbanização sustentável? São Paulo possui uma grande quantidade de tecidos urbanos, que se apresentam verticalizados, caracterizados pela presença de edifícios comerciais e de serviços; e as periferias, que se desenvolvem, de forma geral, com edificações de dois a quatro andares, com algumas exceções. São comuns também as regiões caracterizadas como favelas, as quais não possuem nenhum tipo de infraestrutura e necessitam de um projeto político-social-urbano. São Paulo é considerada uma cidade de "edifícios baixos". Seus maiores edifícios raramente atingem quarenta andares e a média entre os edifícios residenciais é de vinte. Segundo a página de pesquisas Emporis Buildings, é a terceira cidade no mundo em número de prédios. Diante de todo esse histórico, a preocupação com a urbanização sustentável é crescente em todos os aspectos, mas o objetivo principal deste artigo é pesquisar a nova concepção de construção de prédios que tenham como fundamento principal a sustentabilidade, os edifícios verdes, como são chamados. Por ter uma infraestrutura sustentável, é mais vantajoso para o planeta e às pessoas, pois além da utilização consciente dos recursos naturais, como água e energia, ela prioriza a saúde, com escolhas conscientes de produtos químicos utilizados nos materiais empregados; diminui a emissão de carbono, melhorando a qualidade do ar e desenvolve a economia regional, já que se dá preferência ao mercado local. O foco acaba sendo não só o prédio, mas toda a cadeia produtiva. Esta concepção é um processo de planejamento urbano coletivo e integrado, envolvendo incorporadoras, construtoras, projetistas elétricos, hidráulicos e arquitetônicos, órgãos de regulamentação e o governo, e demais empresas ligadas ao ramo da construção civil. Os edifícios sustentáveis garantem, a longo prazo, economia e vários outros benefícios.
Não se trata apenas de instalar coletas seletivas de lixo e jardins arborizados, os edifícios considerados verdes tem em sua concepção estratégias de engenharia e arquitetura bem planejadas, tanto na sua construção como durante o tempo em que estiver ocupado. Sendo uma questão complexa, existem selos que certificam as obras verdes e garantem a sua legitimidade, mas o processo para adquiri-los leva em média um ano a um ano e meio. O selo mais conhecido é o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design - em português, Liderança em Energia e Design Ambiental), do Green Building Council (GBC), órgão responsável pela concessão do certificado. Criado em 1999, nos Estados Unidos, o selo pode chegar a custar 50.000 reais. Hoje, o Brasil é o quarto país no ranking mundial de empreendimentos buscando o LEED, com 384 registrados, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. Há outros selos, entre eles um totalmente brasileiro, O AQUA (Alta Qualidade Ambiental), que tem como princípio o sistema francês HQE e é concedido pela Fundação Vanzolini, a qual está associada à Universidade de São Paulo (USP). Durante o processo de certificação LEED são avaliados inúmeros fatores com base em sete critérios principais: escolha do terreno, uso racional da água, eficiência energética, qualidade ambiental interna, materiais e recursos utilizados, inovações e tecnologias e créditos regionais. Desde 2008, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), criado em 2007, vem organizando simpósios com o objetivo de discutir soluções integradas para sustentabilidade em edifícios, bairros e cidades. Nota-se, portanto, uma preocupação crescente com relação às construções civis e busca pelas certificações verdes, ocasionando um grande movimento na economia brasileira.
A maioria dos selos, por enquanto, foram conferidos aos prédios comerciais, os residenciais são quase inexistentes. É necessário tornar as pessoas tão exigentes quando se trata de prédios residenciais como o são com os comerciais. Embora a acessibilidade aos prédios verdes ainda seja privilégio de poucos, pois é alto seu valor econômico para compra ou aluguel, pode-se procurar alternativas que reduzam os impactos ao meio ambiente e que estejam ao nosso alcance, tornando-nos participativos na melhoria do local onde moramos e não meros espectadores. É importante ressaltar que a sustentabilidade é responsabilidade de todos e a mudança de pequenos gestos irá colaborar para isso. A princípio, pensar de modo sustentável parece algo simples, mas requer um processo interno de conscientização e reeducação ambiental, tornando cada cidadão consciente de si e de seu entorno. Percebe-se que São Paulo cresceu, mas o planejamento urbano ficou esquecido, trazendo inúmeros prejuízos à população e ao meio ambiente. Contudo, a urbanização sustentável é importante e sempre é possível contribuir para esse fim.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Poemas matemáticos
Estou trabalhando com os alunos poemas que contenham termos matemáticos e encontrei este escrito pelo professor Edi. Acabei compartilhando o seu trabalho, para exemplificar aos alunos.
Amormetria | |
Dê-me um apoio (centro)
Num piscar de olhos me transformo em um compasso Giro 90º, 180º, 270º, 360º graus Volta completa na circunferência chamada vida.
Dê-me uma régua ou uma trena
Com ela conseguirei medir ou não nossa distância Que parece infinita.
Dê-me um transferidor para medirmos os graus do nosso amor.
Um esquadro Quem sabe ele possa nos enquadrar.
Dê-me um ponto
Por ele passarei infinitos segmentos de sentimentos Paixão, amor, raiva, ressentimento, gratidão...
Só não me limite com dois pontos
Pois, não saberia que segmento de sentimento Passaria por eles. Professor da rede Estadual e municipal de Juazeiro BA Pós-graduado em Metodologia e Didática do Ensino Superior |
terça-feira, 13 de agosto de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
PLANO DE AULA
Um plano de aula busca aprimorar o trabalho do professor, visto que sua tarefa não é simplesmente transmitir informações, mas sim, elaborar situações de aprendizagem que envolvam os conhecimentos prévios dos alunos e lhes permitam construir novos significados, tornando-os cidadãos autônomos.
Dessa forma é importante que o professor planeje sua aula de acordo a atender o tempo didático disponível e a organização de sua sala, explorando as diversas modalidades de situações de aprendizagem e sempre visando relacionar os objetivos e conteúdos.
Não podemos esquecer que um planejamento é um processo de troca de saberes e experiências entre os pares, além de ser flexível para atender as necessidades que surgirão no decorrer de seu desenvolvimento.
PLANO DE AULA COLETIVO
Docentes: Heloísa H. S. Rodrigues, Rafael M. Paravati, Rosangela M. Ortiz e Gisele G.A. Heleno
Disciplina: Matemática
Tema: Números Racionais
Tempo previsto: 12 aulas
Turma: 9° ano do Ensino Fundamental II
Conteúdos:
- Representação fracionária e decimal (comparação).
- Operações com frações e decimais.
- Sistema de Numeração Decimal (ordens decimais).
- Razão e Proporção.
- Porcentagem.
- Problemas.
Objetivos:
- Retomar o conhecimento numérico dos alunos, de maneira desafiadora e contextualizada; principalmente de suas propriedades e de suas representações geométricas.
- Desenvolver a capacidade de relacionar a noção de número à ideia de equivalência e de ordem;
- Desenvolver as capacidades de reconhecer e operar com números racionais e de resolver e compreender situações problemas que envolvam tais números.
Metodologia:
- Verificar o conhecimento prévio dos alunos, a partir de questionamentos e de um painel com a síntese das ideias apresentadas, socializando-as.
- Apresentar o contexto histórico, para que os alunos possam relacionar e construir os significados a partir dessas narrativas. Uso da linguagem mista (materna e matemática) para dar significados a representação e as operações com estes números. Vídeos explicativos poderão ser incluídos.
- Solicitar pesquisas em jornais, revistas,panfletos, mídias, etc, onde apareçam números racionais e discutir o que for apresentado.
- Elaborar situações problemas além das propostas no Caderno do Aluno e do livro didático, sempre visando contextualizar e desafiar os alunos.
- Utilizar a calculadora como um recurso de aprendizagem, mas sem anular o cálculo mental.
- Utilizar atividades lúdicas: dobraduras, jogos e brincadeiras, relacionados com o tema.
Recursos:
- Livros didáticos e paradidáticos, jornais, revistas, panfletos, Caderno do Aluno, internet, atividades impressas, jogos, malha quadriculada,sulfite, calculadoras, giz, lousa.
Sugestão de atividades:
- Soroban.
- Dominó de frações.
- Construção de um varal com números inteiros, para que seja completado com números racionais.
- Construção de origamis (dobraduras) para trabalhar frações equivalentes.
Avaliação:
O professor poderá avaliar as habilidades/competências dos alunos por meio:
- da observação diária do aluno, durante o processo de participação nas atividades propostas em classe/extra classe e da ação do mesmo nas atividades lúdicas;
- da elaboração de trabalhos/pesquisas solicitados, em grupos/individuais;
- da interação durantes as aulas expositivas;
- de provas objetivas e discursivas.
Recuperação:
Após a avaliação, o professor deverá retomar o conteúdo nos casos em que for verificado o progresso insatisfatório. Para isso deverá diversificar suas estratégias didáticas, optando por exemplo, trabalhar com grupos colaborativos, desafiando os alunos que apresentaram maior progresso a participarem do processo de ensino aprendizagem.
Referência Bibliográfica:
FINI, M. I; MACHADO, N. J. Currículo do Estado de São Paulo: Matemática e suas tecnologias. São Paulo: Secretaria da Educação, 2011. Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/238.pdf> Acessado em jun/2012.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
RAFAEL PARAVATI - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DE ALGUNS AUTORES SÃO IMPORTANTES PARA ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A LEITURA E ESCRITA DE MATEMÁTICA.
De fato, nas aulas de
matemática, as oportunidades de leitura não são tão freqüentes quanto poderiam,
pois os professores tendem a promover muito mais atividades de “produção
matemática” entendida como resolução de exercícios. Práticas de leitura não apenas
de textos, mesmo que teóricos, de matemática, como também de descrição ou
explicação escrita de procedimentos são, muitas vezes, preteridas em beneficio
das explicações dos macetes e das receitas. (FONSECA & CARDOSO, 2005 p.66)
A matemática como é considerada
normalmente, ou seja, a matemática formalizada que se encontra nos livros
didáticos e manuais escolares, é bastante rígida e abstrata. Dentro de uma
teoria formalizada não se vê a história da descoberta, não se percebe os erros,
nem se pode fazer novas descobertas (CARRASCO,
2001, p.200).
O uso de textos nas aulas de
matemática, pode permitir ao aluno conhecer a matemática sob uma perspectiva
histórica, contribuir para que ele estabeleça vínculos com ela e constituir-se
no principal instrumento para constatá-la como um objeto real, fruto de
construções humanas (Carrasco, 2001),
capaz de despertar no aluno seu potencial investigativo, elevando-o da posição
de receptor à posição de agente construtor de conhecimentos. Participar do
processo de criação não deve ser exclusividade de mentes especiais, que retêm
conhecimentos especializados em uma determinada área. O encanto e prazer
resultante deste processo devem ser experimentados por todos os indivíduos (Carrasco, 2001, p. 201).
As Relações das práticas de leitura e escrita
com a teoria de aprendizagem situada compreende a aprendizagem como prática
social que ocorre num contexto específico ou em comunidades de prática. Nessa
concepção de aprendizagem, segundo Lave (1996), as mudanças de participações em
práticas dinâmicas são ações marcantes dos indivíduos que permitem verificar se
realmente houve aprendizagem. A interação entre os participantes de uma
comunidade passa ser o aspecto mais visível dessa mudança de participação.
Se considerarmos o ensino e
aprendizagem de matemática em termos de práticas sociais, estaremos partindo do
pressuposto de que ensinar e aprender matemática envolve indivíduos
participantes e inseridos em um contexto sociocultural no qual compartilham
dentre outros aspectos costumes, valores e culturas. (PIRES, 2006, p.7)
Porque a aprendizagem
transforma quem somos e o que nós
podemos fazer. Não é apenas uma acumulação de conhecimento e informações, mas
sim um processo de se tornar uma determinada pessoa. Ou, inversamente, a fim de
evitar tornar-se uma pessoa (WENGER, 1998, p.215). Wenger afirma ainda que “nós
acumulamos competências e informações não abstratas com fim em si mesmas, mas a
serviço de uma identidade” (Ibidem p.215).
Leitura. Escrita. Matemática.
Vale a pena ler ....Concordo com Meirivania.... leia você também. Rafael Paravati
Meirivania Alves de Souza
RESUMO: Este artigo tem por objetivo apresentar a relação existente e indispensável entre a Leitura, a Escrita e a Matemática. Considerando que, as diferentes linguagens são de extrema importância para a aprendizagem dos nossos alunos, em momento algum podemos desconsiderá-las no processo de ensino e aprendizagem da Matemática, pois na prática da Leitura e da Escrita surge o aprendizado e a absorção dos conteúdos matemáticos aplicados nas práticas sociais de diferentes esferas de atividades humanas, dentre os quais: valores, quantidades, porcentagens, medidas etc. A metodologia utilizada é a da pesquisa bibliográfica, sustentada pelas Orientações Curriculares de Mato Grosso na área de Ciências da Natureza e Matemática, bem como, por autores como Martins (2002), Marcuschi (2008), D’ambrósio (2009), Micotti (1999), dentre outros.
PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Escrita. Matemática.
1. Introdução
Consideramos de extrema importância relacionar a Leitura, a Escrita e a Matemática, pois quando se fala em Leitura e Produção de textos para os acadêmicos de Matemática há uma reação de espanto e insatisfação como se fosse algo sem interação e dialogo, mas o que devemos observar é que a matemática também é um tipo de linguagem que produz sentidos e interpretações, por isso, objetiva-se apresentar a relação existente e indispensável entre a Leitura, a Escrita e a Matemática.
A metodologia utilizada na pesquisa é a bibliográfica, sustentada pelas Orientações Curriculares de Mato Grosso na área de Ciências da Natureza e Matemática, bem como, por autores como Martins (2002), Marcuschi (2008), D’ambrósio (2009), Micotti (1999), dentre outros.
Compreendemos que, para escrever e falar em diferentes situações comunicativas, precisamos saber ler também os problemas matemáticos que circulam nas diferentes esferas de atuação humana como a comercial, a cotidiana, a publicitária, entre outras.
Assim, necessitamos da leitura e da escrita para dialogar com as proposições matemáticas. Podemos afirmar que, não podemos caminhar sozinhos, não é porque somos acadêmicos de Matemática que devemos ficar longe das diferentes leituras, pois os textos utilizados no processo de ensino e aprendizagem envolvem linguagens que se relacionam: escrita, imagens, gestos, figuras, sons, números, etc.
2. Leitura e Interpretação dos Cálculos Matemáticos
A leitura está presente em todos os momentos de nossa vida, assim como na compreensão da Matemática, esta por sua vez, "auxilia na compreensão e interpretação do conhecimento das outras ciências, colaborando em atividades de estimações, medições, comparações, lógica, análise, entre outras, desenvolvendo ideias, representações e estabelecendo relações, no contexto de convivências" (MATO GROSSO, 2010, p. 05).
Para se realizar os cálculos matemáticos devemos fazer a leitura adequada de seus símbolos, precisamos compreender o que cada exercício nos propõe. Nesse sentido, Marcuschi (2008, p. 236) nos diz que, "para compreender bem um texto exige-se habilidade, interação e trabalho”, por isso, a aprendizagem da Matemática está interrelacionada às demais Ciências, por meio de relações dialógicas.
Vasconcelos (2008, p. 2) nos faz uma colocação importante, dizendo que, “a Matemática não é uma ciência cristalizada e imóvel; ela está afetada por uma contínua expansão e revisão dos seus próprios conceitos. Não se deve apresentar a Matemática como uma disciplina fechada, monolítica, abstrata ou desligada da realidade”, por isso devemos considerar essa relação constante da Matemática com a Leitura das demais áreas de estudo que dialogam entre si.
A leitura parece ser a "princesinha da aprendizagem", quando Martins (2002, p.25) nos mostra ser ela "a ponte para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo”. Assim, consideramos haver uma relação estável e positiva entre leitura, escrita e Matemática, porque é no conjunto destas que se produzem o(s) sentido(s) aos conteúdos ensinados pelos Professores.
Podemos ser bons professores, conhecedores dos conteúdos de matemática, no entanto, devemos ser bem instruídos para ensinar aos nossos alunos a leitura adequada de cada questão, pois precisa haver relações, comparações, exemplificações, dialogo sobre o conteúdo em estudo. Micotti (1999, p. 162) afirma que, “o saber matemático, do ponto de vista didático, permite destacar algumas peculiaridades: seu caráter abstrato; a precisão dos conceitos; o rigor do raciocínio e a especificidade da linguagem”. Não adianta nada ser um gênio da Matemática se quando abrir a boca para mostrar seus conhecimentos evacua-se um monte de coisas sem sentido, nós professores devemos estar preparados para todas as situações que envolvem a linguagem matemática.
Uma educação de qualidade deve atingir vários objetivos, dentre eles a relação de equivalência entre Linguagem e Matemática. D’ambrósio (2009) nos diz que, a linguagem não envolve apenas letras, mas também a quantificação de atributos de objetos para haver a comunicação. Para o autor, "a Matemática é um instrumento importantíssimo para a tomada de decisões, pois apela para a criatividade. Ao mesmo tempo, a Matemática fornece os instrumentos necessários para uma avaliação das consequências da decisão escolhida" (IBIDEM, 2009, p. 05).
A ideia de que a Matemática só tem utilidade prática naquelas profissões que lidam com números encontram-se cada vez mais longe da realidade, porque a Linguagem Matemática está presente em diferentes gêneros textuais/discursivos, assim, as diferentes áreas de conhecimento precisam ter conhecimento sobre a matemática para realizar as leituras necessárias a compreensão de um objeto ou dos objetos de estudo que envolvem as diferentes Ciências. Devemos valorizar a utilização de diferentes informações para,
saber ler e interpretar diferentes textos em diferentes linguagens, saber analisar e interpretar informações, fatos e ideias, ser capaz de coletar e organizar informações, além de estabelecer relações, formular perguntas e poder buscar, selecionar e mobilizar informações, que são habilidades básicas do ser humano (DINIZ, 2011, 12).
No ensino da Matemática, os professores se utilizam de muitos gráficos, figuras e símbolos, os quais devemos lê-los de maneira correta para haver a aprendizagem do aluno. Desta maneira, é possível visualizar um símbolo e achar que ele é algo totalmente diferente do que realmente se mostra, este equivoco é justificado pela falta de leitura e de prática da escrita que considera as práticas de interação humana, os contextos sócio-históricos e culturais e a forma como as coisas acontecem no cotidiano.
Diante disso, devemos estar cientes que devemos ensinar a matemática por meio da motivação, do interesse, da curiosidade do espírito investigativo do estudante, por meio do qual propiciamos "o uso dos conhecimentos matemáticos na compreensão da realidade e capacidade de resolver problemas no seu cotidiano" (MATO GROSSO, 2010, p. 06).
3. Considerações Finais
Diante do exposto, consideramos que não há distinção entre a Matemática, a Leitura e a Escrita, pois estão totalmente interrelacionadas. Portanto, os professores devem levar para a sala de aula essa dependência que uma disciplina tem da outra, não é porque sou um professor de Matemática que não vou levar textos para meus alunos lerem, ou então porque sou uma professora de Produção de Textos e Leitura que a Matemática deve passar bem longe das minhas aulas. Essas ideias devem ser desconsideradas, temos que fazer a apresentação desses conteúdos em conjunto, para que não ocorra a perda de nenhum conhecimento articulado às diferentes áreas do conhecimento.
4. Referências Bibliográficas
MARCUSCHI, Luiz Antônio. A Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão, Parábola Editorial, 2008 (p. 228 a 281).
MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. São Paulo: Brasiliense, 2005.
MATO GROSSO. Orientações Curriculares: Área de Ciências da Natureza e Matemática. Cuiabá-MT: SEDUC, 2010.
MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira. O Ensino e as Propostas Pedagógicas. In.: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani.Pesquisa em Educação Matemática: Concepções e Perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1999, (p. 153 a 157).
VASCONCELOS, Cláudia Cristina. Ensino-Aprendizagem da Matemática: Velhos problemas, Novos desafios. Acesso: 25/02/2008.
D’AMBROSIO, Ubiratan. Teleconferência no programa PEC – Formação Universitária, patrocinada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 27 de Julho de 2002. Artigo retirado do site:HTTP://vello.sites.uol.com.br/aprendida.htm. Acesso: 26/02/2009.
DINIZ, Maria Ignez. Coordenadora do Mathema. Matemática e Leitura.
http://www.mathema.com.br. Acesso: 03/05/2011.
http://www.mathema.com.br. Acesso: 03/05/2011.
terça-feira, 4 de junho de 2013
LINKS SOBRE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
Seguem dois links que contam a história da Matemática e como ela está presente em tudo que nos cerca.
http://www.youtube.com/watch?v=ZXLDJ13lCBg
http://www.youtube.com/watch?v=TphWfs_OXkU
http://www.youtube.com/watch?v=ZXLDJ13lCBg
http://www.youtube.com/watch?v=TphWfs_OXkU
O AMOR E A MATEMÁTICA
Num certo livro de Matemática, um quociente apaixonou-se por uma incógnita. Ele, o quociente, produto de notável família de importantíssimos polinômios. Ela, uma simples incógnita, de mesquinha equação literal. Oh! Que tremenda desigualdade. Mas como todos sabem, o amor não tem limites e vai do mais infinito ao menos infinito.
Apaixonado, o quociente olhou-a do vértice à base, sob todos os ângulos, agudos e obtusos. Era linda, uma figura ímpar e punha-se em evidência: olhar rombóide (=rombo - losango), boca trapezóide, seios esféricos num corpo cilíndrico de linhas senoidais.
- Quem és tu? - perguntou o quociente com olhar radical.
- Sou a raiz quadrada da soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa - respondeu ela com uma expressão algébrica de quem ama.
Ele fez de sua vida uma paralela à dela, até que se encontraram no infinito. E se amaram ao quadrado da velocidade da luz, traçando ao sabor do momento e da paixão, retas e curvas nos jardins da quarta dimensão. Ele a amava e a recíproca era verdadeira. Adoravam-se nas mesmas razões e proporções no intervalo aberto da vida.
Três quadrantes depois resolveram se casar. Traçaram planos para o futuro e todos desejaram felicidade integral. Os padrinhos foram o vector e a bissetriz. Tudo estava nos eixos. O amor crescia em progressão geométrica.
- Sou a raiz quadrada da soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa - respondeu ela com uma expressão algébrica de quem ama.
Ele fez de sua vida uma paralela à dela, até que se encontraram no infinito. E se amaram ao quadrado da velocidade da luz, traçando ao sabor do momento e da paixão, retas e curvas nos jardins da quarta dimensão. Ele a amava e a recíproca era verdadeira. Adoravam-se nas mesmas razões e proporções no intervalo aberto da vida.
Três quadrantes depois resolveram se casar. Traçaram planos para o futuro e todos desejaram felicidade integral. Os padrinhos foram o vector e a bissetriz. Tudo estava nos eixos. O amor crescia em progressão geométrica.
Quando ela estava em suas coordenadas positivas, tiveram um par: o menino, em homenagem ao padrinho, chamaram de inversor; a menina, uma linda abscissa. Ela sofreu duas operações.
Eram felizes até que, um dia, tudo se tornou uma constante. Foi aí que surgiu outro. Sim, outro. O máximo divisor comum, um freqüentador de círculos viciosos. O mínimo que o máximo ofereceu foi uma grandeza absoluta. Ela sentiu-se imprópria, mas amava o máximo.
Sabedor desta regra de três, o quociente chamou-a de fração ordinária. Sentindo-se um denominador comum, resolveu aplicar a solução trivial: um ponto de descontinuidade na vida deles.
Sabedor desta regra de três, o quociente chamou-a de fração ordinária. Sentindo-se um denominador comum, resolveu aplicar a solução trivial: um ponto de descontinuidade na vida deles.
Quando os dois amantes estavam em colóquio, ele em termos menores e ela de combinação linear, chegou o quociente e num giro determinante disparou o seu 45.
Ela foi para o espaço imaginário e ele foi parar num intervalo fechado, onde a luz solar se via através de pequenas malhas quadráticas.
DEPOIMENTOS SOBRE LEITURA E ESCRITA
Nós, do grupo 4, da turma 45, Formação de Professores de Matemática, do curso Melhor Gestão Melhor Ensino, 1ª. edição, 2013, relatamos aqui um pouquinho das nossas primeiras experiências com a leitura e a escrita e como essas experiências ficaram gravadas em nossas memórias. Para alguns talvez tenham sido marcantes de forma negativa, mas para outros foram prazerosas.
Quem somos: Heloisa Helena Santos Rodrigues, Rafael Marcos Paravati, Rosangela Maia Ortiz e Gisele Gonçalves de Azevedo Heleno.
28/5/2013 19:12 - Editado(30/5/2013 11:42)
A leitura faz parte da minha vida desde muito pequena, meus pais incentivavam a leitura e compravam sempre livros infantis. Quando fui para a escola ganhei a coleção dos livros de Monteiro Lobato, até hoje estão comigo, Adorava ficar no meu quarto lendo as reinações de Narizinho e da Emília, imaginava, sonhava com todas aquelas aventuras. Tudo me encantava. Por isso, na escola, sempre recomendo livros para os alunos lerem e comentarem.
A escrita foi e sempre será importante, quando adolescente adorava escrever em um diário. Todos os dia (manhã, tarde e noite) escrevia tudo que tinha acontecido. Escondia-o para ninguém ler, mas quando me apaixonei, parei de escrever nele e comecei a escrever cartas para o meu príncipe encantado (meu marido).
RAFAEL MARCOS PARAVATI
29/5/2013 14:50
Alguns anos atrás, quando eu tinha 5 anos de idade, meus irmãos iam para a escola e eu ficava em casa. Nesta idade eu já tinha muita curiosidade em querer escrever e a ler, lembro perfeitamente como se fosse hoje, eu chorava muito que queria ir para a escola e minha mãezinha me dava algumas folhas, lápis de cor, caderno de caligrafia .etc. A minha vontade era tão grande de aprender a ler e escrever que a mesma começou a me ensinar as (vogais e consoantes), formação de sílabas com a cartilha (Caminho Suave),ela dizia que era a minha professora, mas que eu não precisaria chorar mais, porque um dia eu iria para a escola. Eu chorava porque meus irmão brincavam de Stop e eu era o único que não sabia ler e escrever até então.Após dois anos, chegou o grande momento, ansioso, inquieto não via a hora de chegar o horário para eu conhecer a minha escola e a professora. Infelizmente, quando eu cheguei a escola, bateu o sinal , fui para a sala de aula, tudo era muito diferente e estranho, me deu medo.A professora gritava de mais, e eu me encolhia na carteira, no dia seguinte eu não quis ir mais para escola, todos os dias eu entrava chorando na sala de aula com medo dela. Parece me que ela percebeu, no entanto, ela me deixou de lado, me senti isolado de todos e de tudo, sentia me abandonado. No entanto, ela me reprovou na primeira série, quando minha mãe veio com o resultado final, estava lá no boletim REPROVADO. Fiquei muito sentido, mas não foi pela reprovação acredito eu, eu chorava porque eu já sabia que ela não gostava de mim. Mas, no ano seguinte mudei de escola, tudo foi diferente, recordo de todos os meus professores, pois ali, eu aprendi a ler e a escrever, me senti um grande homem, pois eu já sabia ler e a escrever. No entanto, lembranças ruins marcaram a minha infância. Obs. Em um só gesto e ou palavras nós educadores podemos destruir com o aluno e ao mesmo tempo excluí-lo da escola.
ROSANGELA MAIA ORTIZ
29/5/2013 21:36
Desde minha infância, minha mãe sempre falou da importância e a necessidade de cultivar o hábito da leitura. Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas. Aprendi desde pequena que ler é algo importante e prazeroso, e que assim eu seria uma adulta culta, dinâmica e perspicaz.
Ler é muito importante, acredito que ler e o que nós da caminho para seguir tentando compreender as coisas. A leitura nos faz viajar, chorar, sorrir, pensar, imaginar...
Quem tem hábito de ler se comunica bem com outras pessoas, sabe se expressar, fácil de integração a grupos, ou seja, a leitura não tem contra indicação.
"A leitura e uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede". Carlos Drummond de Andrade
GISELE GONÇALVES DE AZEVEDO HELENO
3/6/2013 23:34
Minha experiência com a leitura começou cedo, antes dos seis anos, incentivada por minha mãe. Lembro me que, durante o caminho para levar minha irmã mais velha à escola (jardim da infância), ela nos mostrava placas de ruas, propagandas e anúncios de lojas e todo tipo de comunicação visual possível. Nos falava das letras e como juntas formavam as sílabas. Graças a ela, sempre gostei de ler e um livro que marcou minha adolescência foi Capitães de Areia, de Jorge Amado. talvez pelo relato de crianças cometendo crimes e dos problemas sociais existentes, que para mim , na época, eram fatos distantes da minha realidade. A leitura nos proporciona a possibilidade de "vivenciar" o que o autor coloca no papel e é emocionante. Sem ela é difícil imaginar como seria viver!
APRESENTAÇÃO DO BLOG
Este blog foi criado com a intenção de interagir com os demais participantes do curso Melhor Gestão, Melhor Ensino, do qual fazemos parte. O curso é uma ação de formação continuada à distância para professores PEB II, de Língua Portuguesa e Matemática, dos anos finais do ensino fundamental II, fazendo parte do Programa Educação - Compromisso com São Paulo, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, com o objetivo de desenvolver as competências leitora e escritora, utilizando para isso os recursos computacionais e as suas diversas ferramentas digitais.
Nosso primeiro encontro presencial, ocorrido em 09 de maio de 2013, na Universidade São Judas e contou com a participação da dirigente da Diretoria Leste 5, integrantes do Núcleo Pedagógico e professores de Língua Portuguesa e Matemática. Ainda houve mais dois encontros presenciais, sendo que nesse momento os professores foram separados por disciplinas. A partir da conclusão dos encontros presenciais, o ambiente de formação passou a ser virtual e nossas atividades monitoradas por um tutor.
Esperamos que o curso seja de grande valia a todos!
Neste blog, vocês encontrarão depoimentos de experiências sobre leitura e escrita, relato de crônicas feitas pelos colaboradores, indicações de leituras, entre outros, principalmente relacionados à matemática.
Sintam-se convidados e fiquem a vontade ao visitá-lo, participando com seus comentários e sugestões!
Nosso primeiro encontro presencial, ocorrido em 09 de maio de 2013, na Universidade São Judas e contou com a participação da dirigente da Diretoria Leste 5, integrantes do Núcleo Pedagógico e professores de Língua Portuguesa e Matemática. Ainda houve mais dois encontros presenciais, sendo que nesse momento os professores foram separados por disciplinas. A partir da conclusão dos encontros presenciais, o ambiente de formação passou a ser virtual e nossas atividades monitoradas por um tutor.
Esperamos que o curso seja de grande valia a todos!
Neste blog, vocês encontrarão depoimentos de experiências sobre leitura e escrita, relato de crônicas feitas pelos colaboradores, indicações de leituras, entre outros, principalmente relacionados à matemática.
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