quinta-feira, 6 de junho de 2013

RAFAEL PARAVATI - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DE ALGUNS AUTORES SÃO IMPORTANTES PARA ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A LEITURA E ESCRITA DE MATEMÁTICA.


De fato, nas aulas de matemática, as oportunidades de leitura não são tão freqüentes quanto poderiam, pois os professores tendem a promover muito mais atividades de “produção matemática” entendida como resolução de exercícios. Práticas de leitura não apenas de textos, mesmo que teóricos, de matemática, como também de descrição ou explicação escrita de procedimentos são, muitas vezes, preteridas em beneficio das explicações dos macetes e das receitas. (FONSECA & CARDOSO, 2005 p.66)
A matemática como é considerada normalmente, ou seja, a matemática formalizada que se encontra nos livros didáticos e manuais escolares, é bastante rígida e abstrata. Dentro de uma teoria formalizada não se vê a história da descoberta, não se percebe os erros, nem se pode fazer novas descobertas (CARRASCO, 2001, p.200).
O uso de textos nas aulas de matemática, pode permitir ao aluno conhecer a matemática sob uma perspectiva histórica, contribuir para que ele estabeleça vínculos com ela e constituir-se no principal instrumento para constatá-la como um objeto real, fruto de construções humanas (Carrasco, 2001), capaz de despertar no aluno seu potencial investigativo, elevando-o da posição de receptor à posição de agente construtor de conhecimentos. Participar do processo de criação não deve ser exclusividade de mentes especiais, que retêm conhecimentos especializados em uma determinada área. O encanto e prazer resultante deste processo devem ser experimentados por todos os indivíduos (Carrasco, 2001, p. 201).
 As Relações das práticas de leitura e escrita com a teoria de aprendizagem situada compreende a aprendizagem como prática social que ocorre num contexto específico ou em comunidades de prática. Nessa concepção de aprendizagem, segundo Lave (1996), as mudanças de participações em práticas dinâmicas são ações marcantes dos indivíduos que permitem verificar se realmente houve aprendizagem. A interação entre os participantes de uma comunidade passa ser o aspecto mais visível dessa mudança de participação.
Se considerarmos o ensino e aprendizagem de matemática em termos de práticas sociais, estaremos partindo do pressuposto de que ensinar e aprender matemática envolve indivíduos participantes e inseridos em um contexto sociocultural no qual compartilham dentre outros aspectos costumes, valores e culturas. (PIRES, 2006, p.7)

Porque a aprendizagem transforma quem somos  e o que nós podemos fazer. Não é apenas uma acumulação de conhecimento e informações, mas sim um processo de se tornar uma determinada pessoa. Ou, inversamente, a fim de evitar tornar-se uma pessoa (WENGER, 1998, p.215). Wenger afirma ainda que “nós acumulamos competências e informações não abstratas com fim em si mesmas, mas a serviço de uma identidade” (Ibidem p.215).

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